por Sheila Ribeiro a partir de Exhibition de Claudia Muller
A companhia de dança Deborah Colker comemora seus 20 anos de trajetória com um espetáculo e 17 apresentações em Santos e convida Claudia Muller para coreografar a companhia na ocasião. Amigas desde criança no Rio de Janeiro, Muller e Colker seguiram o mesmo caminho, por vias distintas: Colker é estrela nacional e internacional da beleza do movimento. Claudia é a musa da performance estilo dadaísta – influência que aderiu desde que voltou da residência da Snow Judson Church School of Dance em Nova Iorque.
Ainda pouco conhecida pelo público brasileiro, Adriana Varejão faz a cenografia para Muller empregando uma plasticidade intensa, rococó e pitoresca, articulando narrativas que inspira crítica e público para além de qualquer clichê.
O espetáculo conta com a trilha especialmente composta pelo músico baiano Caetano Veloso, fã de Muller. Ele compôs para o espetáculo “Janelas (in)permeáveis”, sua letra cita sua coreografa e seus cabelos cacheados:
eu quero você na minha
minha sereia
vou te fisgar na minha
Em exílio no Brasil, o artista chinês e ex-presidiário Ai Wei Wei, que colaborou com Assange no Wikilieaks, fez 14 cabeções de bronze que estão espalhados pela cidade. Segundo o artista, os cabeções intitulados “Ren” (“Pessoa” em mandarim) simbolizam a inteligência dos artistas colaboradores.
Edvan Monteiro e Vivienne Westwood, por sua vez, assinam o figurino que mescla influências cearenses e londrinas em cores vermelho-balão de látex.
Ana Teixeira, bailarina e pesquisadora, professora da PUC/SP, considera que “os artistas de ‘Janelas (in)permeáveis’, sem dúvida conseguiram uma excelência estética do estilo neoclássico e barroco”.
Sheila Ribeiro é artista da Dança.
www.seteporsete.net