Por Arthur Moreau e Sheila Ribeiro, entorno de Pequena Coleção de Todas as Coisas.
Ou “Como fiz uma dança pra minha mãe fazer pra mim”.
Acumulando objetos, dúvidas, movimentos, brincadeiras, lembranças, desejos, e, também, misturando todas essas coisas em dinâmicas alegres, agônicas, dementes ou vertiginosas.
Interpretados pelas crianças Carla Stankk, Laura Samy, Lindon Shimizu, Renato Linhares, Pequena Coleção de Todas as Coisas aponta e bagunça ordenando um pouco as tantas opções que se tem para nomear ou constar aflições e prazeres do que pode vir a nos apartar e apertar.
“Mãeeeeeeeeeeee, você é essa Coca Cola todaaaaaaa!!”
Os peraltas estão vestidos tudo colorido.
Tudo é colorido.
Cinco cores ou mais. Maismaismais.
Os objetos, cada um tem uma cor predominante. Mas preto tem não.
Utilidades + funções industrial + potencial sensível + outra coisa + boom!
Roupas, a árvore de natal, as escovas, os cotonetes, o colchão, atravessam tudo e todos. Menos eu! Há!
Palavras, as lembranças, as letras, os futuros se fazem presentes em suas danças. Suas falas, despojadas e cariocas, articulam e desarticulam os jogos dos que se acumulam.
“- Mamãe, não posso. Hoje eu tenho Deus aqui no meu quarto dormindo comigo. E cuidado pra você não pisar nele.”
O exercício de experimentar e vivenciar o que se pode fazer, Dani Lima!
Você abre possibilidades que não é possível saber quando serão repetidas, mesmo que parcialmente?
Responsabilidade de finalidade inútil. Acúmulos selecionados, editados, filtrados. Coleçãocoleções. Editadas para se sorrir! Beijomeliga!
Arthur Moreau é artista, bacharel em Comunicação das Artes do Corpo, da PUC-SP, e estudante de Filosofia, na USP.
Shiela Ribeiro é sheilaribeiro.net